sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Minimal Art

What you see is what you see”


Uma vulgar lâmpada fluorescente aparafusada diagonalmente à parede; traves de madeira tosca ou placas de metal deitadas no chão em padrões simples, caixas de metal ou de Plexiglas colocadas em arranjos simples; cubos e outras formas geométricas básicas de contraplacado, alumínio ou aço – estas poderiam ser algumas das infinitas formas de definir os trabalhos de muitos artistas que desenvolveram a sua actividade em Nova Iorque e em Los Angeles no inicio da década de 1960. Estes trabalhos “esculturais” foram expostos pela primeira vez em 1963 em Galerias em Nova Iorque e Los Angeles, mais tarde nos museus, muitos críticos de arte (para não mencionar o público em geral), não estavam minimamente preparados para o que iam ver. O meio artístico na metópole ainda era a Pop Art – culpa da sua “comercialização”. Por outro lado as tendências dominantes ainda eram as dos expressionistas abstractos, e do que foi conhecido como a Post-Painterly Abstraction, pinturas meio-abstractas, meio-figurativas.

Os objectos, aparentemente simples, vieram trazer confusão no meio artístico americano e muitos foram os termos utilizados para definirem os “trabalhos novos”: Arte ABC, Cool Art, Arte Rejectivam Estruturas Primárias, Arte Literal, foram alguns dos termos mais correntes. Acabaram por estar de acordo em relação ao termo Minimal Art usado pela primeira vez pelo filósofo de arte inglês Richard Wollheim, em 1965. É notável que no seu ensaio “Minimal Art”, quando ilustrava a sua tese, afirmando que a minimalização de conteúdo artístico tinha sido aprente em muitos trabalhos durante os cinquenta anos anteriores, não tenha citado, como exemplo, um único dos artistas que iriam ser em breve englobados sem distinção sob essa mesma descrição. A sua análise preocupa-se com os neo-dadaístas, com Ad Reinhardt e sobretudo com os ready-made de Marcel Duchamp.

Contrariamente ao termo Minimalismo, que foi utilizado para descrever tendências correspondentes na dança, música, literatura, pintura e escultura desde os primórdios da década de 1950, a designação Minimal Art está ligada às artes visuais. Apesar de haver pintores que devem ser considerados muito próximos da Minimal Art (como por exemplo Jo Baer, Robert Mangold, Agnes Martin, Robert Ryman), de um ponto de vista histórico é um movimento que simplesmente transcende a pintura.

Em sentido estrito, há apenas cinco artistas cujos objectos, esculturas e instalações podem ser subsumidas ao termo Minimal Art: Carl André, Dan Flavin, Sol Lewitt, Donald Judd e Robert Morris. Por sinal estes dois últimos, foram os que mais se destacaram e que mais contribuíram para a determinação dos fundos teóricos do movimento. Outro aspecto importante que deve ser lembrado, é que nenhum destes artistas alguma vez tenha concordado em ser rotulado de “Minimal Artist”. Não é de surpreender que ainda hoje não exista uma definição adequado do que deve ser teórico ou esteticamente pelo termo.

É um dos factos mais estranhos na história da da arte recente que as fundações importantes para o aparecimento da Minimal Art fossem desenvolvidas e implementadas no campo, não da escultura, mas da pintura. Afinal, foi a Minimal Art, que, depois do Construtivismo Russo e da Bauhaus da década de 1920, mais uma vez desafiou seriamente a supremacia da pintura no seio da arte moderna.

Enquanto no campo da escultura as inovações até 1960 só muito lentamente se foram revelando (até então a maioria da arte visual tridimensional podia ser mais ou menos relacionada com a estrutura da escultura cubista). O desenvolvimento da pintura americana deu uma reviravolta de cortar a respiração depois do fim da Segunda Guerra Mundial. A glorificação idílica e naive da vida rural americana, retrada como por exemplo por Grant Wood ou Thomas Hart Benton, muito apreciada antes da guerra, tinho agora perdido força, enquanto a pintura de vanguarda se inclinava claramente para uma abstracção de larga escala. Jackson Pollock (1912-1956) criou as suas primeiras drip paintings em 1947. Um ano mais tarde veio a primeira “zip painting” de Barnett Newman (1905-1970) finalmente em 1949 Mark Rothko (1893-1970) pintou o seu primeiro campo de cor suspenso. Do ponto de vista americano, o trabalho destes artistas já se tinha claramente emancipado, no sentido formal, da tradição europeia. Apesar disso estas pinturas podiam ser vistas como espaços subjectivos de cor que reflectiam a expressiva vontade do artista, ao mesmo tempo que rejeitavam as técnicas tradicionais de composição.

Quando estes trabalhos surgiram nos finais dos anos 40, não havia uma moldura teórica pela qual o seu valor pudesse ser apreciado, para isso uma linguagem crítica apropriada teria que ser desenvolvida em paralelo. Foi o crítico de arte Clemente Greenberg e mais alguns outros, incluindo Harold Rosenberg e Meyer Schapiro, que providenciaram, em muitas críticas, a fundação teórica para estas novas formas de abstracção. Enquanto Rosenberg focou a sua atenção no acto criativo, com todos os efeitos

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